Pesquisa revela a importância de a futura mãe seguir uma dieta saudável durante os nove meses
Hoje é o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade. O Ministério da Saúde criou a data para incentivar o debate sobre o tema já que 51% da população brasileira está com excesso de peso, e 17%, obesa, de acordo com dados divulgados em agosto. As crianças de 5 a 9 anos também são as mais afetadas 15% estão com o problema. Por isso, vale lembrar: é importante cuidar da alimentação do seu filho desde a gestação.
Isso mesmo! Um estudo recente publicado na revista científica PLOS Medicine mostrou que o ganho de peso da mãe durante a gravidez contribui para que o bebê tenha maior risco de ser obeso no futuro. É como se o risco de obesidade não se transmitisse apenas pelos genes, mas também pelo ambiente intrauterino - ou seja, pelo o que a mãe consumiu durante os nove meses.
As pesquisas ainda não são suficientes para diferenciar em que fase um indivíduo adquire uma característica, por isso a educação alimentar do seu filho pode começar dentro da barriga. E, claro, depois que ele nascer por meio do seu exemplo.
Gravidez saudável
Esqueça aquela velha história de comer por dois. Bom senso, comer um pouco de tudo e não exagerar são regras fundamentais em qualquer fase da vida. Para driblar a fome, leve na bolsa sempre alimentos saudáveis, como cenoura picada, tomate cereja ou fatias de pepino. “É uma forma da grávida driblar a ansiedade e a vontade de mastigar algo. Derivados de leite, como queijos processados, e barrinhas de cereal ajudam a trazer a sensação de saciedade”, explica Karina Zulli, ginecologista e obstetra do Hospital e Maternidade São Luiz (SP).
Comer frutas e produtos integrais são boas opções, já que as fibras também adiam a vontade de se alimentar novamente. Opte por fazer refeições leves, com intervalos de duas a quatro horas entre cada uma. Isso diminuirá também o enjoo característico dos primeiros e dos últimos meses de gestação. Caso tenha dificuldade em organizar sua dieta, o acompanhamento de uma nutricionista pode ajudar você.
E depois que o bebê nascer...
Além do seu exemplo, há muito o que fazer para evitar que o seu filho tenha problemas com a balança. “O aleitamento exclusivo até os 6 meses de idade é um protetor contra o ganho de peso da criança”, afirma a endocrinologista Gabriela Kremer, do Hospital Pequeno Príncipe (PR). Caso você não possa amamentar, não se preocupe. O pediatra indicará fórmulas apropriadas para o seu filho. Depois desse período, o cuidado deve se dirigir à introdução dos alimentos. Tudo tem a hora certa. A pediatra Teresa Uras, do Hospital Samaritano (SP), orienta que sucos, sopas e frutas só sejam dados às crianças após o sexto mês. “As papinhas de legumes precisam reunir diferentes nutrientes e seguir a pirâmide alimentar. Os produtos industrializados ou açúcar devem ser evitados até pelo menos 1 ano de idade”, explica. E consumidos com muita moderação depois dessa fase.
Ofereça na sua casa mais variedades de legumes, verduras e frutas. Deixe também esses alimentos mais atrativos: você pode montar desenhos com eles antes de servir ao seu filho. Levar a criança ao supermercado ou à feira, para que ela escolha o que mais lhe apetece, também vai deixar os alimentos muito mais interessantes. Uma dica bacana, que ajudará a despertar o interesse do seu filho pela dieta equilibrada, é levá-lo para a cozinha com você, para que a ajude em preparos simples, seja para lavar o alface, enfeitar a salada... E lembre-se: deixe sempre alimentos saudáveis à vista das crianças.
O papel da escola
Não importa se o seu filho estuda em uma instituição privada ou pública. É lá que ele vai passar boa parte do dia, o que significa fazer pelo menos uma refeição. Por isso, é dever da escola oferecer uma merenda saudável, que exclua alimentos gordurosos, industrializados ou muito salgados e inclua opções de carboidratos, proteínas, legumes, verduras e frutas. A cantina também precisa ter opções saudáveis e incentivar seu consumo - não adianta nada a maçã ficar escondida no fundo do balcão. Se isso não acontece, você pode (e deve) conversar com a coordenação. O mesmo vale para educação física: a disciplina é componente curricular obrigatório na educação básica.
Mexa-se!
O senso comum diz e pesquisas já comprovaram que o incentivo à atividade física começa pelo exemplo dos pais. Uma dica é fazer isso de forma descontraída, como passear de bicicleta aos finais de semana ou ir andando para a escola, caso ela fique a uma distância razoável da sua casa. Se seu filho gosta de natação, por exemplo, tente encontrar uma academia onde ele possa nadar e você consiga tirar pelo menos meia hora para fazer um exercício também.