O homem não precisa e nem deve ser apenas um coadjuvante durante a gestação. Saiba como participar ainda mais desse momento ao lado da mãe do seu filho
Mãe é mãe, mas pai também é pai. Apesar de não carregar o bebê na barriga, o homem tem um papel muito importante durante a gravidez, que vai desde apoiar sua mulher até criar os primeiros vínculos com o bebê.
Algumas atitudes simples ajudam a entender e aproveitar esse momento tão especial.
Paciência em dobro
Gerar um bebê não é mesmo tarefa fácil. O corpo muda, os hormônios afloram e a cabeça não para de pensar em todas as novas responsabilidades que a chegada de um filho traz. “Comparo a gestante a um barquinho sem o leme navegando no rio, porque ela não sabe como a gravidez vai evoluir, quais serão as dificuldades, como será o parto. A instabilidade emocional é muito grande, e se o homem não entende esse momento, acaba gerando conflitos”, afirma Jurandir Piassi Passos, obstetra da Unifesp.
Então respire fundo e dê um crédito extra a sua mulher. Para essa conta fechar, pense que você está sendo compreensivo com duas pessoas (mãe e bebê).
Essa barriga também é sua
Sentir o bebê mexer, conversar com ele, fazer carinho, tudo isso deve ser compartilhado entre pai e mãe. “O bebê não entende nada ainda, claro, mas percebe a vibração e já consegue identificar o timbre da voz, se é a da mãe ou a do pai. Ele se acostuma com esse timbre e até reage à estimulação verbal”, explica Jurandir.
Interagir com o bebê ajuda o homem a se sentir mais pai, por estar participando ativamente da gravidez, além de deixar a mulher mais segura e tranquila. O mesmo vale para a participação em consultas de pré-natal, durante as quais o pai pode entender melhor o que acontece, tanto para fazer parte do processo quanto para ajudar a mulher a passar por ele.
Dividindo medos
Você pode não estar literalmente grávido, mas também tem suas angústias e dúvidas sobre o assunto. Por isso, nada melhor do que conversar de pai para mãe e expor o que está passando pela sua cabeça. Talvez vocês descubram que estão sentindo os mesmos medos e que podem se ajudar, mesmo que seja apenas desabafando sobre eles. E a conversa não precisa se limitar à sua casa. Faça perguntas para o obstetra, pesquise sobre o assunto, troque informações com sua mulher e com outros pais. “Às vezes a ficha do homem cai só depois do parto, o que pode ser um choque. Se ele estiver mais envolvido com as questões do pré-natal, vai tendo essa sensação maior de que o bebê está vindo e se acostumando com isso", diz Jurandir.