Novo estudo reforça importância dessa substância, que é fundamental para o desenvolvimento do cérebro do bebê
Se você está grávida, já teve filhos ou está planejando ter, provavelmente já ouviu falar em ácido fólico. Também conhecida como vitamina B9 ou M, essa substância é fundamental para a formação da coluna e desenvolvimento do cérebro do bebê. Agora, um estudo publicado no periódico científico The Journal of the American Medical Association associou o consumo de ácido fólico a um menor risco de autismo.
Os pesquisadores utilizaram dados de 85.176 crianças norueguesas nascidas de 2002 a 2008. Elas foram acompanhadas até março de 2012, e ao final do período, 270 haviam sido diagnosticadas com transtornos do espectro autista, sendo 114 com autismo, 56 com síndrome de Asperger e 100 com transtorno global do desenvolvimento.
No grupo das crianças cujas mães tomaram suplemento de ácido fólico um mês antes de engravidar e nos dois primeiros meses de gestação, 0,1% foram diagnosticadas com autismo. Já no grupo das crianças cujas mães não ingeriram a substância, 0,21% foram diagnosticadas com o transtorno. Na conclusão, os pesquisadores afirmaram que não podem estabelecer uma causalidade, mas que o estudo reforça a importância do suplemento de ácido fólico pelas grávidas.
“Apesar de não sabermos ainda exatamente o porquê, está claro que o ácido fólico é muito mais importante para o sistema nervoso do que já sabíamos. O que já estava comprovado para os defeitos de fechamento do tubo neural, agora dá mostras de uma utilidade ainda maior”, comentou o obstetra Abner Lobão, da Unifesp, a respeito do estudo.
De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a suplementação de ácido fólico previne a maioria dos casos de anencefalia e também outros Defeitos Abertos do Tubo Neural (DATN) no feto. Há ainda outros estudos que apontam que ele reduz também o risco de problemas cardíacos congênitos no bebê e a chance de um parto prematuro.
Onde encontrar o ácido fólico
É possível encontrar a forma natural do ácido fólico (folato) nos alimentos de folhas verde-escuras, como couve, brócolis e espinafre, além de feijão, lentilha, ervilha, milho, amendoim e morango. Ele também é encontrado no suco de laranja e na carne de fígado. No Brasil, é obrigatória a adição de ferro e ácido fólico nas farinhas de trigo e de milho industrializadas.
Porém, segundo a Febrasgo, além da quantidade consumida por meio da alimentação, recomenda-se a ingestão de 400 microgramas de ácido fólico sintético, todos os dias, especialmente 30 dias antes da data em que se planeja engravidar até o final do 3º mês de gestação.
“Muitas mulheres não têm o cuidado de procurar um obstetra quando decidem engravidar. Isso impede que elas recebam várias orientações importantes, entre as quais está iniciar o uso de ácido fólico independentemente de a gravidez ter começado ou não”, afirma Lobão. Para quem está tentando engravidar ou pretende ter mais filhos, vale ficar de olho.