Pesquisadores mostraram que gestantes com apneia obstrutiva do sono têm mais chances de desenvolver pressão alta e ter parto cesárea .
Respirar bem durante o sono também é importante para uma gravidez mais tranquila. Um novo estudo da Universidade do Sul da Flórida, nos Estados Unidos, analisou 175 gestantes obesas e constatou que 15% sofriam de apneia obstrutiva do sono, pequenas pausas na respiração. Dessas, 65% tiveram parto cesárea, enquanto apenas 33% das que não tinham o problema precisaram fazer a operação.
A pesquisa também revelou que o número de grávidas com pré-eclâmpsia, um tipo de pressão alta na gravidez, também é bem maior em quem tem apneia: 42%, comparado aos 17% de mulheres que respiram normalmente enquanto dormem. Além disso, a condição aumenta o risco de o bebê ir para a UTI neonatal.
Essas pequenas pausas na respiração prejudicam a oxigenação dos tecidos de uma maneira geral, o que favorece o aumento da pressão arterial. “O risco é maior quando a mulher já inicia a gravidez com sobrepeso, apneia do sono ou outro fator que provoca a falta de oxigênio no organismo e gera complicações na gravidez”, diz a obstetra Viviane Monteiro, da Universidade Federal Fluminense (RJ).
Outra pesquisa também identificou que o ronco, um dos sintomas da apneia, aumenta os riscos na gravidez. Pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, analisaram 1.700 pacientes e 1/4 apresentou o problema durante a gestação. Essas mulheres tinham o dobro de chances de sofrer de pressão alta.
Uma das principais recomendações para prevenir ou resolver o problema é o controle do peso. “A apneia se agrava no terceiro trimestre, quando a mulher ganha bastante peso e tem mais desconforto para respirar”, explica Viviane. Assim, se você já tinha dificuldades para respirar ou passou a ter depois de engravidar, converse com o seu médico para que ele dê uma atenção maior a esse fato no pré-natal.