Medo do parto, da saúde do bebê, de não perder o peso. A lista de preocupações na gravidez é grande, nós sabemos. Por isso, reunimos argumentos para que você respire aliviada.
Junto com a felicidade de descobrir a gravidez surge uma série de temores que acompanham as gestantes durante os nove meses. Mas o que tanto atormenta o sono da grávida? De acordo com uma enquete realizada , com 545 participantes, o medo em relação à saúde do bebê (48%), do parto (27%) e de engordar demais e não voltar ao peso depois do nascimento do filho (9%) são os assuntos que mais as apavoram. Veja por que você pode aproveitar esse período sem se preocupar tanto assim.
Tenho medo...
...em relação à saúde do bebê
É um medo comum das gestantes, apesar das estatísticas a favor: apenas 4% das crianças nascem com alguma malformação. Em geral, elas são detectadas ainda no primeiro trimestre. Mesmo que o ultrassom aponte algum problema não é certeza absoluta de que algo vai mal. O exame é apenas um rastreamento, e não um diagnóstico. Entre os fatores que aumentam a incidência de malformações estão a idade da mãe e o histórico familiar. Por isso, converse com o obstetra sobre os verdadeiros riscos no seu caso e assim, quem sabe, você não precisa ficar tão nervosa a cada exame.
...do parto. Será que vai doer demais?
A maneira como o parto normal é mostrado na TV e no cinema só piora a expectativa das grávidas em relação ao parto normal. No entanto, hoje em dia, os anestésicos aplicados ao longo do trabalho de parto reduzem embora não eliminem por completo a dor a níveis suportáveis. Converse com o obstetra para tirar todas as suas dúvidas e ter confiança em si mesma. Além disso, técnicas de relaxamento e de respiração, que costumam ser ensinadas em cursos de gestantes ou de preparação para o parto, ajudam bastante.
...da anestesia porque tenho pavor de agulhas
Vai doer? Pode atrapalhar a evolução do parto? E se eu sofrer alguma reação? Todas essas dúvidas não têm razão de ser. Em primeiro lugar, fora a picada da agulha, não dói. Além disso, os analgésicos reduzem a dor, mas mantêm os reflexos e os movimentos da grávida. Quanto aos efeitos colaterais, podem causar dores de cabeça, vômitos e coceira. O risco de uma reação mais grave é de menos de 1% e, ainda assim, pode ser revertido rapidamente no hospital.
...de não perder os quilos que ganhei na gravidez
Quanto menos você engordar, mais fácil será recuperar o peso de volta. O ideal, para quem começou a gestação com o peso adequado, é ganhar entre nove e 12 quilos. Por isso, controle a dieta e faça exercícios físicos ao longo da gestação. Depois do parto, a amamentação também é uma ótima maneira de queimar calorias naturalmente (são 800 calorias por dia, em média!). E você pode retomar as atividades físicas nem que seja passear com o bebê no carrinho assim que o obstetra liberar.
...de que meu corpo nunca mais seja o mesmo
O corpo muda mesmo depois da gravidez, mas não necessariamente para pior. Os seios, ao contrário do que se diz, podem até ficar mais bonitos, pois a amamentação completa o desenvolvimento das glândulas mamárias. Vale lembrar que flacidez não é “culpa” da gravidez (nem motivo para descartar a amamentação!), mas também consequência da idade. Algumas mulheres temem ainda que a região do períneo seja alterada, no entanto, os especialistas garantem que tudo volta ao normal meses depois do parto. Outra preocupação é a gordura acumulada no abdome. A dica, mais uma vez, é engordar apenas o necessário e praticar exercícios físicos. Mas não se sinta pressionada pelas celebridades que aparecem nas revistas sem barriga no pós-parto: voltar à forma de antes da gravidez pode levar de seis meses a um ano.
Eduardo Cordioli, ginecologista e obstetra, coordenador da maternidade do Hospital Israelita Albert Einstein (SP); Rita Callegari, psicóloga do Hospital e Maternidade São Camilo (SP)