Pesquisa realizada na Índia concluiu que chance de aborto e parto prematuro aumenta.
Se você está grávida, provavelmente já ficou sabendo do monte de exames que precisará fazer durante os nove meses. Eles são importantes para monitorar a sua saúde e, claro, a do seu bebê. Entre eles está o exame da tireoide, a dosagem de TSH uma glândula endócrina, em formato de borboleta, localizada na parte anterior do pescoço (o famoso gogó), que é responsável pela produção dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina).
Essas substâncias regulam o metabolismo. Um estudo realizado pelo Hospital da Escola de Medicina Ludhiana, na Índia, reforça a importância de monitorar essa glândula. Os especialistas concluíram que até mesmo pequenos desequilíbrios podem aumentar o risco de aborto espontâneo e parto prematuro.
A pesquisa analisou o histórico de mil mulheres. Dessas, 376 apresentaram hipotireoidismo subclínico, uma alteração hormonal que muitas vezes não apresenta sintomas, no primeiro trimestre da gravidez. Nesse grupo houve mais incidência de abortos espontâneos, partos prematuros e crianças nascidas com menos de 2,5 quilos.
Segundo a obstetra Elizabeth Leão, do Hospital Beneficência Portuguesa (SP), o ideal é fazer o exame antes de engravidar, porque alterações na tireoide podem atrapalhar até mesmo a concepção. Porém, se a mulher já estiver grávida quando descobrir o problema, ela tem de ser acompanhada também por um endocrinologista”, afirma. Se não for tratado, o hiper ou hipotireoidismo na gestação podem causar anemia, fraqueza, insuficiência cardíaca, aborto espontâneo, parto prematuro, além de má formação da tireóide no feto e problemas no seu desenvolvimento neurológico.
De acordo com a obstetra Denise Coimbra (SP), a gravidez não causa alterações na glândula, mas os exames feitos durante o pré-natal podem revelar o problema se ele estiver assintomático. Ela ressalta que as mulheres que já tomam remédio para a tireoide devem falar com o obstetra e seguir com o tratamento.