O número de casais que decide pegar um avião e fazer as compras em solo norte-americano é cada vez maior.
Os motivos vão desde a busca por peças diferentes das vendidas por aqui até os preços que, para muitas coisas, são bem mais em conta, mesmo depois da conversão da moeda. Com a estabilidade econômica e a valorização do real em relação ao dólar, as viagens e as compras ficaram mais possíveis para todos os brasileiros. Mas é preciso ficar atento aos limites permitidos pela Receita Federal do que você não precisa declarar e da quantidade do que você pode trazer.
Segundo André Luiz Martins, auditor da Receita Federal, em um levantamento prévio, cerca de 30% das retenções de mercadorias são de vestuários. Não há um número específico para o enxoval, mas ele faz parte dessa porcentagem. Para você entender melhor como funciona, existem dois limites de bagagem: o financeiro e o quantitativo. Isto é, dentro do limite de US$ 500 em compras (que você não precisa declarar), você pode trazer até 20 itens abaixo de US$ 10 e 20 itens acima desse valor, totalizando 40 itens. E mais: nos itens abaixo de US$ 10 são permitidos até 10 idênticos e acima desse valor não mais que 3.
Se você vai trazer diversos bodies para o seu filho, por exemplo, mas eles são de modelos diferentes, não há problema. E uma dica: o que vem em kits, como aqueles que trazem três chupetas, cinco culotes, jogo de cama com lençol de baixo, de cima e fronha, por exemplo, é contabilizado como um único item de compra. Assim, é melhor mantê-los em suas embalagens originais.
Agora, se você ultrapassou o limite financeiro, mas respeitou as cotas de itens, é preciso declarar e pagar o imposto (50% do que excedeu os US$ 500). Já, se você comprou 100 peças, por exemplo, e o total de sua compra ficou abaixo do valor permitido, você precisa declarar. Mas ainda assim não vai poder levar todos os itens para casa na hora. “O que passar dos 40 itens vai para o armazém virar carga e há uma série de trâmites para retirar a mercadoria depois. Se ultrapassou a quantidade e não declarou, aí a pessoa vai perder o excedente mesmo”, disse André.
Vale lembrar que dentro dessa conta de itens, além do enxoval que você vai comprar, entra tudo o que adquirir fora do país, exceto o que é de uso pessoal, como algumas roupas que precisou comprar para usar enquanto viajava. Um exemplo é se você ficou 20 dias fora do país e precisou comprar dois ou três vestidos porque sua barriga cresceu durante esse período. “É preciso bom senso”, reforça André.
Vale a pena comprar o enxoval no exterior?
O carrinho sai mais barato, a babá eletrônica então, nem se fala. Realmente, comparar preços de eletrônicos e outras utilidades no Brasil e nos Estados Unidos é covardia. E a lista completa de um enxoval básico vai sair, sim, mais barata lá se for feita com produtos das mesmas marcas ou de qualidade similares. Só não se esqueça de levar em conta também a quantidade do que você pode trazer e o imposto a ser pago caso ultrapasse o valor de US$ 500 por pessoa.
Calcule, ainda, o quanto vai gastar de passagem (se tiver milhas, muito melhor), hospedagem, aluguel de carro e alimentação. A partir dos seus custos, você consegue avaliar a vantagem de sair do país com esse único objetivo. É preciso pensar também que, além do quanto as compras saem mais baratas, essa pode ser uma oportunidade gostosa para o casal viajar, passear e curtir. Caso seja o primeiro filho, vale aproveitar ainda os momentos a dois, que vão demorar um pouquinho para voltar.
O que levar em conta para se decidir pela viagem
- A fase da gravidez: médicos não recomendam viagens longas após a 36ª semana. E depois disso também fica muito cansativo "bater perna" em shoppings e outlets;
- A época do ano: na alta temporada (dezembro, janeiro, julho e agosto) passagens e estadia são mais caras;
- Parcelamento: enquanto no Brasil dá para fazer o enxoval aos poucos, na viagem você terá de dispor de dinheiro para pagar muita coisa de uma só vez;
- O controle: os preços baixos e a sensação de que é a sua única chance de ter uma determinada coisa são um perigo para o bolso. É fácil perder o controle e comprar mais do que se precisa e coisas pouco úteis;
- As alternativas: muitos sites, como a Amazon, entregam no Brasil. Alguns produtos, mesmo depois de acrescido o frete, saem por bons preços.
Onde ir:
Carter’s:A preferida para comprar roupas para os bebês. Aproveite para comprar também peças para quando o seu filho ficar mais velho, mas fique atenta às coleções e estações do ano, que são invertidas aqui e no hemisfério norte;
Babies R us - é um shopping com tudo que um bebê precisa e tudo o que ele não precisa, mas os pais sonham e querem!
Target - também é um daqueles shoppings com tudo (de roupas a eletrônicos), nesse caso não só para bebês e crianças. É recomendado pela maioria dos viajantes.