A definição de egoísmo encontrada em dicionário de língua português é: “Sentimento ou maneira de ser dos indivíduos que só se preocupam com o interesse próprio, com o que lhes diz respeito.”
Não deveria ser necessário afirmar que tal sentimento quando encontra espaço na relação familiar, assim como em qualquer outra relação ou ambiente, traz prejuízos devastadores.
As crianças fazem do egoísmo, uma ferramenta para afirmar suas vontades. À medida que vão crescendo o natural seria abandonar esse modelo de vida. Infelizmente, a sociedade atual é o retrato estampado do egoísmo em alta. Por outro lado, a família é o lugar, ou deveria ser, onde deve prevalecer a preocupação e o cuidado de uns para com os outros. Exatamente o oposto do egoísmo.
“... o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne.” (Gênesis 2.24). Desde a constituição da família, o plano de Deus é que o casal se torne um. Embora essa passagem faça menção à união sexual do casal, é também a direção para uma vida saudável a dois.
O egoísmo se manifesta sim na vida sexual do casal, mas também aparece na atenção e priorização dos propósitos. Não será possível um relacionamento saudável, quando os interesses de apenas uma das partes ocupar sempre o lugar central. Quando os dois caminham em favor das realizações de apenas um, a outra parte se sente frustrada, por não ser esse o propósito de Deus para o casamento; esquecida, pelos seus desejos e ideias estarem sempre em segundo plano; diminuída, por parecer que seus interesses e objetivos não são importantes; usada, por ser apenas alguém que é útil quando necessário ao cônjuge.
Quando o egoísmo está presente no casamento, a relação torna-se superficial. Enquanto uma das partes luta por um relacionamento saudável e profundo, o egoísta age com superficialidade pensando apenas em si próprio.
Outro intruso que acompanha o egoísmo é a comunicação deficiente. O egoísta só consegue ficar satisfeito quando tudo gira a seu favor. Pessoas egoístas tendem a ficar isoladas, mais caladas, só falam quando lhes for favorável. Por outro lado, as pessoas a sua volta se cansam de diálogos sempre a seu benefício.
O descontrole e a falta de transparência nas finanças do casal são outro fator presente quando o egoísmo faz parte dessa relação. A pessoa egoísta investe, e porque não dizer gasta, os recursos financeiros da família na maior parte em seus próprios ideais. Ela muitas vezes age de forma consumista, impedindo, assim, a transparência e o equilíbrio dos recursos.
Umas das formas mais abusivas de egoísmo no matrimonio é a prática da pornografia, na qual a pessoa satisfaz seus desejos sexuais sozinha. Somando ao egoísmo a facilidade de acesso a tal prática nos dias de hoje, torna-se a pornografia um caminho de destruição da família.
O sofrimento talvez possa ser mencionado como a pior consequência do egoísmo no relacionamento familiar. Todos sofrem com o egoísmo. A pessoa egoísta sofre porque os demais integrantes da família nunca correspondem a sua expectativa. Os demais integrantes sofrem por se sentirem coagidos.
Ninguém gosta do adjetivo “egoísta”. Ninguém gosta de reconhecer que o possui. A boa notícia é: o egoísmo tem cura! A família pode ser salva, os relacionamentos podem ser restaurados. O primeiro passo é o reconhecimento de tal adjetivo, o segundo passo é a rejeição do mesmo e o terceiro é a restauração com os semelhantes e com Deus.
“De que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Marcos 8.36)
“ ... vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim, e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.” (Gálatas 2.20)
“Como é feliz aquele que tem suas transgressões perdoadas e seus pecados apagados.” (Sl. 1321)
O egoísmo pode ficar do lado de fora do coração, da família, da casa. Quando a Palavra de Deus está presente, a família caminha lado a lado, junta, solidificada sobre a rocha que é Jesus.