Não é fácil manter a calma nessas horas, mas algumas coisas podem ajudar.
Seu filho não está com fome, nem sono, nem nenhum outro desconforto, mas continua a chorar e se espernear. Seja porque foi contrariado ou só para chamar a atenção mesmo, toda criança faz birra em algum momento. Se seu pequeno te tira do sério, respire fundo, conte até dez (vinte, trinta...) e veja as 21 dicas que elaboramos junto com nossas leitoras para ajudar a restabelecer a ordem e dar fim ao show.
- A primeira dica é bem básica mesmo: verifique se não tem algo realmente incomodando a criança, como sono, fome, frio, calor, dentes, dores e desconfortos em geral. Faça o check-up e, se identificar alguns dos fatores acima, tente resolvê-los.
- Manter a calma e passar isso à criança ainda é o melhor jeito de lidar com as birras. Olhe nos olhos do pequeno, fale devagar e em um tom suave, mostrando que o comportamento dele não atinge o seu. Se o motivo para o show for querer chamar a atenção, tudo estará resolvido e sem você precisar se descabelar.
- Mas se o motivo for uma implicância com outra criança pelo mesmo brinquedo, divida o tempo que cada uma passará com o mimo. Mas cronometre esse tempo e estipule um intervalo relativamente curto, que permita ao pequeno curtir o brinquedo, mas sem deixar a outra criança esperando muito tempo por ele.
- Dica da leitora Ana Marusia, do blog “Mãe Perfeita”. Em um acesso de raiva, não subestime, nem ridicularize a ira do pequeno. Ao invés de dizer “Está com raivinha, é?” ou “Ai, que mêda!”, prefira: “Olha, você tem todo o direito de estar com __________ (raiva, medo, frustração, chateação, ciúme, etc). Mas não pode machucar ninguém, nem se machucar”.
- Mas apenas dizer não é o suficiente. É importante que a criança saiba que seus atos terão conseqüências, por menores que sejam. Nossa leitora Ana Marusia exemplifica: “Rabiscou ou rasgou o dever de casa? A criança vai ter que explicar à professora. Quebrou o brinquedo? Não vai ter reposição”.
- Se o pequeno fez cara feia para alguma coisa, mande-o para o quarto dele e só o deixe sair de lá quando for capaz de esboçar um sorriso sincero. Não é tão fácil assim quando se está bravo ou chateado...
- Dica da leitora Carina Schwartzman. Dê um banho no pequeno. Na hora da birra pode ser um pouco complicado, mas em situações de estress, nada melhor do que um bom banho relaxante, principalmente se estiver perto da hora de dormir... Ele com certeza vai se acalmar.
- Ensine seu filho a reconhecer os tons de voz que ele usa. Nomeie todos eles, como reclamão, alegre, atrevido, amoroso... Na hora da birra, mostre que ele está usando um tom que você não gosta. Reconhecer suas próprias entonações é um passo importante para um pedido de desculpas.
- Para evitar contestações do tipo “Por que eu tenho que fazer isso?”, crie uma rotina para a criança e envolva a família inteira nessa. É importante o pequeno ter certos “deveres diários” e entender que aquilo deve ser feito para que ele contribua com a família.
- Em qualquer situação, ao invés de dizer “não”, tente fornecer alternativas para a criança. Responda, por exemplo, que ela pode assistir TV assim que guardar os brinquedos ou que pode comer chocolate depois de jantar. Use sempre o “sim” nesse casos, junto com a condicional.
- Se o choro não para, procure alguma coisa que acalme o seu filho. Os sons são bons aliados nessa hora, desde o barulho do aspirador de pó até uma música clássica.
- No carro, o recurso sonoro também pode funcionar muito bem e evitar reclamações, principalmente no caso de viagens longas. E não precisam ser só músicas, CDs de histórias também costumam entreter as crianças. Se seu carro não tiver aparelho de som, experimente cantar junto com o pequeno.
- Na hora de dormir, uma boa estratégia para o pequeno parar na cama sem espernear é dar a ele uma sacola e dizer que a cada noite que ele se deitar sem fazer birra, aparecerá uma surpresa dentro dela na manhã seguinte. Pequenos brinquedos, guloseimas ou mesmo uma foto do parque que vocês visitarão naquele dia ou do amigo que ele vai encontrar podem te ajudar a cumprir essa promessa.
- Outra boa dica para colocar a criança na cama é deixá-la escolher o máximo possível as pequenas tarefas que antecedem esse momento. Por exemplo, sempre pergunte: “Qual perna vai primeiro no pijama, direita ou esquerda?”; “Quantos minutos você quer que eu fique do seu lado, três ou cinco?”; “Deixo a porta só um pouquinho aberta ou bastante?”. Se sentindo no controle da situação, o pequeno poderá relutar menos.
- Dica da leitora Daniela Serres. Ao invés de colocar a criança de castigo ou no “cantinho da disciplina”, experimente fazer isso com um brinquedo querido dela. O prazo para o mimo ficar separado da criança deve variar conforme o tipo de birra feita.
- Mudar o ambiente gera novas distrações para as crianças. Se seu filho está resmungando dentro de casa, por exemplo, diga para ele ir dar uma volta, nem que seja somente até o quintal.
- Na hora de fazer compras no supermercado, ocupe as crianças o suficiente para que elas não tenham tempo de ficar pedindo coisas. Deixe que elas peguem os produtos nas prateleiras, por exemplo, coloquem tudo no carrinho de um jeito bem ajeitado e deem um “ok” na lista.
- Quando a briga é entre duas crianças, uma boa saída é fazê-las darem três abraços uma na outra. E se elas aproveitarem a oportunidade para se beliscarem, apertarem ou se machucarem de alguma forma, cinco minutos no sofá com as mãos dadas podem fazê-las pensar duas vezes antes de discutirem por bobeira.
- Com crianças de até dois anos de idade, é mais difícil descobrir o motivo da birra, quando há um. É comum elas se sentirem frustradas por não conseguirem dizer aos pais o que querem. Tente usar sinais e palavras-chaves com seu pequeno nessas horas, como “mais”, “fralda”, “leite”, “cansado”, etc.”
- Pode ser a última coisa que você deseja fazer, mas abraçar seu pequeno com força na hora da birra pode ser uma boa saída. Abraçar firme e sem dizer nada, apenas para demonstrar à criança que você está ali com ela e que a ama, mesmo que na situação presente você não esteja concordando com ela. Isso transmite segurança.
- Se não conseguir mesmo evitar a birra, tem uma dica bem simples, mas nem tão fácil assim de ser seguida: ignore a criança. Tentar explicar as coisas para ela nessa hora não vai adiantar em nada e pode até piorar as coisas. É como tentar ensinar a nadar uma pessoa que está se afogando. Qualquer conversa deve esperar a birra passar, então, vire as costas e saia andando.
Se você passa ou já passou por isso deixe suas dicas!
"Extraído da revista Pais e Filhos"