Os benefícios do convívio com os avós para o desenvolvimento das crianças vão além do que se imaginava.
Uma pesquisa da Universidade de Boston avaliou dados, coletados entre 1985 e 2004, referentes à saúde mental de 376 avós (cujo ano de nascimento era, na média, 1917) e 340 netos (média de 1963).
Resultado: uma boa relação entre eles estava associada à presença de menos sintomas de depressão em ambas as gerações. “Para os netos, os avós costumam ser um porto seguro. Eles são pessoas de confiança como os pais, mas sem fazer tantas exigências. É uma zona de conforto importante para a vida.
E, para os avós, a presença dos netos representa uma renovação. É como um sopro de esperança que volta a aproximá-los da juventude”, afirma a psicóloga e psicopedagoga Ana Cássia Maturano, autora de Puericultura: Princípios e Práticas (Ed. Atheneu).
E tem mais: de acordo com Rita Calegari, psicóloga do Hospital São Camilo (SP), a participação deles na criação dos netos, quando possível, pode trazer também outros benefícios. Os pais têm com quem dividir a tarefa de cuidar, as crianças são expostas a um círculo familiar maior, e os avós têm sabedoria e experiência reconhecidas socialmente. “A criança se enriquece muito com esse contato, já que recebe mais estímulos, amplia seu repertório e aprende a conviver em um ambiente distinto com pessoas diferentes”, diz.