Saiba por que isso acontece e como minimizar os efeitos dessa fase
Basta apagar a luz do quarto para seu filho começar a chorar? Calma, ele não é o único. O medo do escuro é comum na infância e começa a aparecer por volta dos 3 anos e desaparece, em geral, aos 7. O temor ocorre porque nessa idade as crianças têm a imaginação bastante aflorada e não conseguem distinguir a realidade da fantasia. Os temores podem vir após ler uma notícia, fazer um desenho, ouvir um conto de fadas e até um papo de adulto.
“No escuro, a criança fica mais propensa a imaginar possíveis perigos como, por exemplo, monstros nas sombras, vampiros voando sobre a cama e lobisomens na janela do quarto”, explica a psiquiatra Carolina da Costa, do Ambulatório de Ansiedade na Infância e Adolescência do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clinicas (SP).
O medo faz parte do desenvolvimento emocional do ser humano. É a reação de proteção que o organismo tem ao acreditar que algo possa lhe fazer mal. Por isso que, na hora de dormir, quando os pais não estão por perto e as luzes apagadas, esse sentimento aflora.
E se você acha que o medo é apenas ruim, saiba que ele tem, sim, suas vantagens. “O sentimento pode até ser benéfico para a criança, pois é assim que ela começa a formar o conceito do que é real. Quando os pais explicam que fantasmas não existem, por exemplo, ela entende que o que está vendo faz parte da imaginação”, diz Maria Dirce Benedito, mestre em psicologia do setor de Saúde Mental do departamento de pediatria da Unifesp (SP).
Como ajudar a criança
De acordo com a psicóloga Ana Lúcia Castello, do Hospital Infantil Sabará (SP), para ajudar seu filho a superar o medo, você deve confiar nele e, aos poucos, dar liberdade para que faça atividades sozinho, como arrumar a cama ou tomar banho. “As crianças precisam ser mais independentes para ter confiança e, consequentemente, menos medo”, afirma.
Também é fundamental conversar sobre o assunto para que ele se sinta menos vulnerável aos próprios pensamentos. Diga que tudo o que existe no escuro também existe no claro, portanto não há razões para temer.
Ao ver o filho vulnerável a um sentimento, é muito fácil cair na tentação e levá-lo para dormir com você. Mas esse não é o caminho, afinal a criança precisa aprender a lidar com emoções negativas.
Na hora de dormir, o melhor para ajudar o seu filho é ficar ao lado dele até que ele adormeça ou deixar um abajur aceso. Explique que monstros e bruxas não existem no mundo real, somente na ficção, e tenha paciência para contextualizar a situação, dizendo que o quarto é um ambiente seguro e que não há nada para temer. Outra dica é contar histórias para distraí-lo, mas, claro, nada de enredos assustadores.
Se o medo se tornar frequente ou incontrolável, é hora de pedir ajuda especializada