O motivo de alguns animais, como seres humanos, terem cérebros maiores do que outros há muito tem intrigado os cientistas. Agora um novo estudo dá mais suporte à ideia de que o tamanho generoso dos mamíferos é determinado pela quantidade de aleitamento materno no início de suas vidas.
Quanto mais a gravidez e amamentação duram, maior o tamanho médio do cérebro da espécie e maior a expectativa de vida do animal, dizem os pesquisadores.
O motivo de alguns animais, como seres humanos, terem cérebros maiores do que outros há muito tem intrigado os cientistas. Agora um novo estudo dá mais suporte à ideia de que o tamanho generoso dos mamíferos é determinado pela quantidade de aleitamento materno no início de suas vidas.
Quanto mais a gravidez e amamentação duram, maior o tamanho médio do cérebro da espécie e maior a expectativa de vida do animal, dizem os pesquisadores.
“Nós estávamos interessados na ligação entre a energia empenhada pela mãe para os filhotes e o desenvolvimento da prole”, explica o pesquisador do estudo, Robert Barton, da Universidade de Durham, no Reino Unido.
A equipe de Barton queria determinar se a vida mais longa dos animais com cérebros grandes era devido ao aumento da inteligência ou apenas o resultado de sua necessidade de viver mais tempo para se desenvolver adequadamente, ou ainda ambos.
“Essa relação entre tamanho do cérebro e a história de vida parece ser especificamente sobre as limitações de energia da mãe e até que ponto ela pode canalizar essa energia para sua prole”, diz Barton. Embora a correlação entre tamanho do cérebro e do investimento materno é forte, não se exclui completamente o argumento da inteligência.
O estudo analisou o período de gravidez média, duração do aleitamento materno e tamanho do cérebro de 128 espécies de mamíferos. Eles perceberam que o tamanho do cérebro no nascimento entre as diferentes espécies foi determinado pela duração da gestação, enquanto o crescimento do cérebro após o nascimento foi determinado pela duração do aleitamento materno.
Outras teorias tinham especulado que grandes cérebros aumentavam a esperança de vida devido ao crescimento da inteligência que se segue consequentemente. Em vez disso, o novo estudo mostra que a ligação se situa entre o tempo e a energia investidos por parte da mãe.
Por exemplo, a baleia assassina tem uma das mais longas gestações – de 15 meses – e amamenta os filhotes por mais 18 meses. Seu cérebro pode chegar a mais de 5 litros cúbicos, o equivalente a um mini-barril de cerveja. Esse longo período também significa mais tempo para aprender e brincar.
“A ligação tem tudo a ver com o custo de crescer um cérebro grande, e não tanto com a vantagem de tê-lo”, afirma Barton. “Os chimpanzés e outros grandes macacos têm períodos muito longos de desenvolvimento e cérebro muito grande. Parece ser uma tendência na história dos macacos e os seres humanos apenas seguiram a tendência a um grau mais elevado”.
O período extremamente longo de gravidez e amamentação em humanos (nove meses e três anos, respectivamente) é necessário para o crescimento e desenvolvimento do nosso cérebro grande, que pode chegar a 1,3 litros – o maior proporcionalmente entre os mamíferos. Por exemplo, o “fellow-deer”, uma espécie de veado de tamanho semelhante aos humanos, tem um período de gestação de sete meses e mama por até seis meses. Seu cérebro mede apenas 220 mililitros. O longo período de tempo que as mães humanas investem em amamentar seus filhos permite que seus cérebros cresçam tanto assim.
“Nós levamos muito tempo para amadurecer, o que parece estar diretamente relacionado com o desenvolvimento maior do cérebro”, nota Barton.
Esses resultados sugerem que a amamentação tem um papel importantíssimo no desenvolvimento do cérebro humanos e sustenta a recomendação da Organização Mundial de Saúde às mães para amamentarem seus filhos até pelo menos os seis meses de idade e continuar o maior tempo possível para até os dois anos.