Uma pesquisa norte-americana descobriu que mães de três crianças são as mais estressadas. Auto cobrança e falta de organização do tempo estão entre os principais motivos.

Está pensando em ter mais um filho?  O site norte-americano Today.com, do canal de TV NBC, fez uma enquete com mais de 7 mil mulheres e descobriu que mães de três filhos são as mais estressadas, atingindo uma média de 8,5 em um ranking de estresse de 1 a 10. Engana-se quem pensa que quanto mais filhos, pior. A pesquisa descobriu também que a partir do 4º filho, a mulher tende a relaxar mais, já que as crianças começam a cuidar umas das outras.

Mas, afinal, o que deixa essas mães tão estressadas? Tudo! De falta de dinheiro até tempo para equilibrar as demandas do trabalho e de casa. Isso sem mencionar o companheiro, que muitas vezes parece outra criança precisando de atenção, segundo o estudo. Porém, 75% das participantes listaram como principal motivo a auto cobrança para ser “a mãe perfeita”.

Sem fórmula secreta

Se você também busca a perfeição, saiba: nem sempre seu filho vai ser o mais bonzinho, tirar notas altas, dormir na hora certa diariamente e amar todos os tipos de legume e fruta.  E isso não faz de você uma mãe ruim ou menos competente. Para a psicóloga e terapeuta Denise Pará Diniz, coordenadora do Centro de Controle do Estresse e Qualidade de Vida, da Unifesp, a ideia de mãe perfeita foi imposta por valores socioculturais ultrapassados. “As mães ficam ansiosas para corresponder às expectativas da sociedade. Mas os tempos de hoje são outros. A vida está mais corrida, as crianças menos dependentes, por isso a mulher não deve passar o tempo todo se cobrando. Do contrário, se frustram e podem até ficar doentes.”

Ana Marusia Pinheiro, de Brasília, não sofre com essas preocupações, apesar de ter três filhos, de 10, 7 e 5 anos de idade. “Depois do terceiro eu aprendi a ficar menos encanada com as coisas, com menos expectativa também. Eu aprendi que às vezes você precisa parar de querer ensinar tudo para eles e deixá-los ensinar coisas para você também, dar colo e até conselhos”, conta. Além disso, vê a humildade como outro ponto positivo de uma maternidade grande. “Quando você é mãe de três, aprende a ser mais humilde. Você tem um filho e aplica uma teoria da sua cabeça. Funciona. Você aplica com o segundo e funciona, aí você se acha autoridade no assunto, a melhor mãe do mundo. Isso até vir o terceiro e botar tudo à prova!”

Um tempo só para você

Se você é daquelas mães que se cobram demais e acham que precisam fazer de tudo para os filhos o tempo todo, a dica é tirar o pé do freio e, é claro, organizar melhor o seu tempo. Colocar num papel as tarefas diárias das crianças e as suas pode ajudar a enxergar se você não está gastando energia demais à toa. “Não se esqueça de incluir na lista as coisas de que você gosta e deseja fazer ao longo da semana. Afinal, ter um tempo para você é muito importante também, ainda mais para aquelas mulheres com muitos filhos”, afirma a psicóloga da Unifesp.
 
Contar com a ajuda de parentes e amigos pode ser uma ótima alternativa para ajudar a equilibrar a vida  e não significa que você não dá conta dos filhos sozinha. Pelo contrário: avós e padrinhos geralmente adoram passar uma tarde com as crianças. Não tem problema nenhum pedir socorro de vez em quando.

O perigo da comparação

Outra coisa que pais com mais de um filho precisam tomar cuidado é para não cair na armadilha da comparação. Frases como “seu irmão não fazia xixi na cama” ou “por que você não é boazinha como ela?” ficam cada vez mais comuns quanto maior é o número de filhos. Ana Marusia sente isso na pele e diz que tenta não ver os filhos como “um mesmo pacote”. “Apesar de a gente dar a mesma educação, eles têm personalidades diferentes e meu marido e eu sabemos que precisamos respeitar isso. E tentamos dar atenção para cada um deles”, diz.

Para Henriqueta Valporto, pediatra e psicoterapeuta do Instituto Fernandes Figueira Fiocruz (RJ), é natural os pais observarem as diferenças entre os filhos mais novos e os mais velhos, afinal, experiências anteriores fazem parte do aprendizado familiar. O problema é quando a comparação estimula a competição. “Quando os pais falam que o irmão é melhor, a comparação torna-se prejudicial e pode ferir a auto-estima da criança e estimular o ciúme. A criança entende que ela é pior, que os pais gostam menos dela e isso pode acabar marcando a vida dela para sempre”, ensina. Para fugir desta armadilha, o melhor é incentivar as crianças a atingirem seus objetivos, em vez de comparar defeitos e qualidades.

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