Esse período junto pode ser mais uma chance de fazer da leitura não apenas um hábito individual.
Em casa, na praia, na casa de campo, na pausa na viagem para conhecer um novo país, cidade... Não deveria importar: livros teriam que ser nossos acompanhantes da vida. E não quero ser chata, não. Está mais para um desejo de começo de ano: que em 2013, os livros estejam colados a vocês. Que sejam um “objeto de transição” da família. Que tal?
Tive uma época que em todas as saídas mais longas de casa eu carregava o Aprendendo a Viver (Ed. Rocco), da Clarice Lispector. Era uma segurança, um afago à ansiedade do lugar desconhecido. Adorava saber que ele estava por perto. Vocês poderiam ter uns companheiros destes. O preferido do seu filho do momento pode ir com vocês à praia, à casa da avó, dormir no amigo... Mas pode ficar em casa também, ser um jeito de unir a família sentada no chão, na frente do sofá.
Pode ser uma inspiração para inventar um teatro, criar um desenho, uma colagem. Ou uma versão amalucada que só quem leu o livro vai entender e achar graça.
Ou, o momento das férias, pode ser aquilo que vocês precisam para ir atrás de um livro ainda não lido. Garantir umas boas risadas, dar muitas asas à imaginação, tocar a emoção. O hábito de ler não precisa ser solitário ou programado. Pode ser sortido da estante, assim, sem motivo algum. Pode ter cheiro de uma história antiga, que ressurge junto com aquele bolo que só agora vocês tiveram tempo de parar e fazer. Ou som da infância da gente, que sempre puxa uma memória de um personagem que marcou, seja em livro, filme, o que for. O que importa mesmo é lembrar que histórias são para serem lidas, reconhecidas, identificadas, sentidas e vividas em conjunto, sim. Aproveite o tempo com uma boa história. Ou muitas.