Ciúme entre Irmãos, o Adeus à Chupeta e Culpa de Mãe

Quer ter sua dúvida respondida pela Tania Zagury?

Tenho dois filhos: o Nícolas Antonio, de 9 anos, e o Victor Gabriel de 1 ano e 6 meses. O Nícolas sempre foi excelente filho, carinhoso, comunicativo, um doce. Tive uma breve separação com o meu esposo quando ele tinha 4 para 5 anos. Ele sofreu muito nesse período. Depois nos reconciliamos e algum tempo depois veio o Victor. A princípio, ele não quis o irmão, mas após o nascimento começou a dar sinais de aceitação. No entanto, faz mais ou menos um ano que o Nícolas não tem paciência alguma com o irmão. Não quer brincar, nem falar direito com o pequeno. Além do mais, ele anda extremamente estressado por qualquer coisa e o rendimento escolar vem caindo notavelmente. Está respondão e mal educado. O pior é que com outras crianças da idade do irmão dele, ele brinca e tem enorme paciência Tenho chamado muito a atenção dele, brigado muitas vezes, mas só queria que ele fosse amável com o irmãozinho. O pior é que o Victor está copiando as ações ruins do Nícolas como, por exemplo, bater o pé, gritar. O que eu posso fazer? Desde já agradeço sua ajuda e conselho. Danieli

TZ – Danieli, praticamente todas as crianças têm ciúmes dos irmãos. Em maior ou menor grau, mas têm. O que não significa que não se amem também. Até nós, adultos, temos nossas raivas e descontroles. E mesmo com pessoas de que mais gostamos, por exemplo: namorados, mãe, pai, amigos... A diferença é que a criança demonstra com mais clareza o que sente, até porque ainda não aprendeu as “mentirinhas sociais” que o tempo se encarrega de ensinar... Primeira coisa importante, portanto, é saber que o ciúme sempre estará por perto. Cabe a você impedir que descambe para atitudes negativas ou prejudiciais a ambos. Pelo que você conta, após breve rejeição, Nicolas passou a gostar do Victor. O que não significa obrigatoriamente que, aos 9 anos, ele goste de brincar sempre com uma criança de menos de dois. De vez em quando é uma coisa, sempre é outra! Ele deve sim aprender a ter paciência e consideração, mas é preciso entender que a diferença de idade não ajuda a que ele esteja motivado a brincar com o irmão. Com outras crianças ele pode até achar divertido, porque, veja, é de vez em quando... Com o irmão menor é quase que “tomar conta”. Então você pode aceitar que ele não brinque, mas coloque um limite: não quer brincar, tudo bem; maltratar ou destratar, não pode. Fixe as regras fundamentais e não permita que ele tenha atitudes inadequadas nem com o irmão, nem com você. Se for necessária uma sanção educacional, não tema em usar. Crianças aprendem pelo exemplo. Poderá ser o seu exemplo ou o do Nicolas. Se você admitir que o Nicolas bata o pé, xingue, tenha ataques de raiva etc., o Vítor vai achar que é uma atitude aceitável em sua casa. Como está ocorrendo. Se você tiver segurança e combater com eficiência, ambos entenderão quais são as regras do jogo. Demora um pouco, mas funciona, pode ter certeza.

Sou mãe da Ana Clara (3 anos) e Beatriz (9 meses).
Escrevo para pedir uma ajuda com relação a chupeta da Clara. Ela sempre gostou da chupeta e da Lilica (boneca de pano que faz parte da combinação da chupeta na hora de dormir), e isso eu que adicionei pois me disseram que quando tirasse a chupeta ela sentiria menos ficando com a Lilica. Bom, acredito estar chegando a hora de isso acontecer, ela fez 3 anos em agosto deste ano. Sempre tenho falado para ela que logo, logo ela terá que dar a chupeta para a fada das chupetas e que em troca essa fada dará uma coisa que a deixará muito feliz. Como a Beatriz chegou em janeiro deste ano, confesso que diminui esse blá blá por aproximadamente 3 meses. Agora ela tem 9 meses e o Natal está chegando. Pode ser uma boa oportunidade. Mas no dia-a-dia está difícil. A Clara acorda e não quer tirar a chupeta. É sempre uma briguinha. Digo que ela já acordou e que não precisa mais da chupeta. Somente na hora do soninho, que faz na escola à tarde ou na hora de dormir. Bem, quando volta da escola pede a chupeta e quer ficar com ela todo o tempo, mesmo enquanto vê desenhos ou filmes. Espero ter explicado para receber sua ajuda. Detalhe: a Bia não gostou da chupeta. Obrigada!
Débora

TZ – Realmente seria interessante ela parar de usar chupeta, porque usada por longo tempo pode gerar problemas na arcada dentária ainda em formação. Mas, por outro lado, é fácil compreender que este não é o momento mais indicado para ela conseguir vencer a batalha... Na curta vidinha de sua filha, a chegada de uma irmãzinha, ainda que desejada e amada, é uma “perda” no sentido de que ela terá que se certificar e isto só acontece aos poucos de que não ficará sem o amor da mamãe e do papai e sem o lugar que sempre ocupou na casa. Se, além dessa natural insegurança com a chegada do irmão, ela ainda tiver que superar a falta do consolo emocional que a chupeta dá, ficará difícil para ela. Mais uma coisa: quando a irmã começar a andar pela casa e a cada dia ficar mais engraçadinha, a insegurança deve aumentar. E é normal que isso ocorra; então sugiro que não se preocupe por enquanto com a questão da chupeta. Não abandone inteiramente o plano, só em parte; quando ela ficar vendo TV sem usar a chupeta por uma ou duas horas (sem pressão), não se esqueça de elogiar. Por exemplo: “Que linda! Minha filha já é uma mocinha, nem precisa mais da chupeta!” E dê um beijão bem carinhoso. Só isso. Dentro de seis meses mais ou menos, volte à proposta de parar. Vai ser melhor e menos tenso para ambos os lados o da mamãe e o dela. Sucesso, querida! Tudo vai dar certo!

Sou mãe de duas crianças, um menino de 3 anos e uma menina de 2. Parei a minha vida profissional desde que meu primeiro filho nasceu sempre quis estar por perto, presente, acho que os primeiros anos da infância precisam de uma mãe. No próximo ano, tenho a possibilidade de colocá-los em uma creche integral, das 7 às 17h, e voltar a trabalhar, mas não sei se terei coragem, me sinto abandonando meus filhos, sendo negligente como mãe. Será que estou agindo certo?
Vanessa Lau Machado

TZ – Vanessa querida, essa é uma decisão que você tem que tomar baseada na resposta a dois fatores: 1º. O quanto sua profissão é importante para você? Se a resposta for que é muito importante, não tenha dúvidas em voltar, já que pode colocá-las numa boa creche (escolha bem e com cuidado); atualmente quanto mais tempo sem trabalhar, mais dificuldades para retornar. Dada a rapidez das mudanças, os profissionais ficam defasados rapidamente se estiverem fora do seu ambiente de trabalho; 2º. O que você queria dar a seus filhos ao fazer sua opção: afeto, tranquilidade, segurança e alicerces nos primeiros anos de vida? Isso você já deu ficando três anos com eles integralmente. Maravilha! Por outro lado, agora ou daqui a cem anos, ninguém vai substituí-la com a mesma dedicação e amor que você lhes dá. Ainda bem, não? Ninguém substitui a nossa mãe nem quando se tem a minha idade! Por outro lado, trabalhar fora não implica absolutamente em abandonar os filhos. Ao voltar para casa, reserve sempre uma ou duas horas para ficar com eles. Assim você não se sentirá culpada e garanto que eles vão curtir muito lhe contar como foi seu dia na creche. E finalmente, considere que sempre lhe será possível deixar o trabalho de novo, caso sinta que não tomou a melhor decisão. Vá em frente, querida, e que este seja o seu mais sério problema na vida!