Os primeiros anos são ideais para o aprendizado de outro idioma, mas é preciso tomar cuidado para não atrapalhar a alfabetização na língua materna.
Até os 5 anos o cérebro do seu filho está preparado para absorver uma língua estrangeira com perfeição. Esta é uma das chamadas janelas de aprendizado que ele vai ter ao longo da vida, ou seja, períodos em que o órgão está mais favorável para aprender uma determinada habilidade.
“Os primeiros anos são os mais propícios para incorporar uma segunda língua como se fosse a primeira. Mais tarde até o adulto pode aprender, mas exige mais esforço e a pessoa acaba ficando com sotaque, por exemplo”, explica a neuropediatra Saada Ellovitch, do Hospital Samaritano (SP).
Além de aprender com muita facilidade e da forma mais correta, quem fala duas ou mais línguas tem maior poder de concentração, de acordo com estudos recentes. Mas os especialistas dividem opiniões sobre esse contato tão precoce: ele não pode confundir a cabeça da criança? A resposta vai depender de como a língua estrangeira é apresentada.
Expor seu filho a outro idioma desde cedo aumenta o repertório dele, mas é preciso tomar cuidado para não prejudicar a alfabetização. “Ele precisa conhecer bem a sua língua, o vocabulário, para depois ter contato com outra. O inglês, por exemplo, pode ser uma segunda língua frequente, sem privar a criança de se comunicar fluentemente no idioma materno, que ela ainda está dominando e aprendendo”, diz a pedagoga Mônica Padroni, da Escola Projeto Vida (SP). Vale o bom senso. Desde que o português seja prioridade, você pode e deve apresentar outras línguas para o seu filho ainda na infância.