Veja como aliviar o desconforto do bebê e como fazer a higiene bucal corretamente.
Quando os primeiros dentes do bebê começam a aparecer, geralmente entre 4 e 10 meses, você vai perceber que ele vai ficar irritado, querendo colocar tudo na boca para aliviar a dor e a coceira. A salivação também vai aumentar e ele vai babar (ainda!) mais. Deixá-lo com babador vai facilitar muito. Outros sinais podem aparecer, como algum tipo de machucado, sangramento ou inchaço, e até febre.
No entanto, segundo a odontopediatra Ana Lídia Ciamponi (SP), esse aumento da temperatura está mais relacionado com uma possível infecção causada pela contaminação de bactérias, já que ele tende a levar mais brinquedos à boca para coçar a gengiva, do que com o nascimento dos dentes em si.
Para ajudar o seu filho, ofereça mordedores de borracha, que ajudam a massagear a gengiva. Os que possuem gel dentro têm um efeito ainda melhor, já que podem ser levados à geladeira e, frios, amenizam ainda mais a dor. O mesmo vale para sucos e alimentos gelados que agem como anestésicos.
“O gel anestésico não é recomendado porque a salivação aumenta neste período e, por isso, o efeito acaba rapidamente”, diz a odontopediatra Isa Gontijo (SP). Além disso, uma pesquisa recente da FDA (Food and Drug Administration) órgão de controle de alimentos e medicamentos norte-americano, mostrou que a benzocaína, presente na maioria dos géis destinados a aliviar a dor da dentição, pode causar falta de oxigenação em todos os órgãos devido a uma doença rara e até fatal chamada metahemoglobinemia.
Cuidados com a higiene
O cuidado com os dentes começa antes mesmo de nascerem. O ideal é passar uma gaze ou fralda umedecida com água filtrada por toda a boca, limpando gengiva, bochechas e língua, para remover os resíduos do leite.
No 6º mês, quando costumam aparecer os primeiros dentes, passe a usar uma dedeira. Com ela, faça movimentos suaves. O procedimento já é um treino para a escovação, que pode ser feita a partir de 1 ano, com escova de dente macia e pasta com flúor, segundo recomendação da Associação de Odontopediatria e do Ministério da Saúde. Na hora da compra, veja se o creme dental tem flúor a uma concentração de 1.100 ppm (observe essa informação na embalagem do produto).
A quantidade usada na escova deve ser equivalente a um grão de arroz apenas. Mesmo que o seu filho engula um pouquinho, não há risco para a saúde dele. Essa limpeza é fundamental para evitar, desde cedo, que a criança tenha cárie.
E lembre-se: os dentes de leite são importantes para a saúde bucal da criança e têm um tempo certo para ficar na boca (até por volta dos 6 anos e meio, em média, quando inicia a troca dentária), já que preparam a arcada dentária para receber os permanentes e ajudam na mastigação e na fala.
Longe da cárie
Para impedir que a vilã dos dentes apareça, veja três dicas práticas:
- A cárie adora o açúcar refinado presente em alguns alimentos, sucos prontos, biscoitos e até mostarda. Doces pegajosos, como brigadeiro e balas, são mais perigosos porque grudam no dente e deixam restos difíceis de serem retirados. Tente equilibrar o consumo dessas guloseimas, e nunca mergulhe a chupeta do seu filho em nada adocicado.
- Não é legal que seu filho adormeça mamando (se o leite for adoçado, pior) porque, durante a noite, produzimos menos saliva, que faz uma autolimpeza nos dentes. Sem essa proteção extra, eles ficam mais expostos às bactérias. Então, após essa mamada, dê um pouco de água para seu filho tomar e escove os dentes dele no dia seguinte. O mesmo vale se a criança acorda de madrugada e pede para mamar. A regra não cabe para o aleitamento materno exclusivo: não dê água, apenas faça a higienização no dia seguinte.
- Beliscar o dia todo é tão ruim quanto o consumo de açúcar porque a saliva, que faz aquela autolimpeza, não dá conta de manter tudo limpo, criando um ambiente propício para a placa bacteriana.