Vírus provoca infecções pulmonares e é um dos principais causadores de hospitalização de bebês com menos de 1 ano.
Não é de se estranhar que durante o inverno os pais ficam de cabelo em pé. Afinal, é nessa época do ano que o risco de doenças respiratórias aumenta. Com o tempo mais seco, a qualidade do ar piora e esse é o ambiente propício para a propagação de vírus. E quem mais sofre com tudo isso são os prematuros, já que são mais suscetíveis a complicações por conta da imaturidade do seu sistema imunológico e respiratório, que só se completa nos últimos meses da gestação, entre a 37ª e a 40ª semana.
Para alertar os pais, médicos e cuidadores, a Sociedade Brasileira de Imunização (SBim) promove, pelo terceiro ano consecutivo, a Campanha Nacional de Conscientização Prematuro Imunizado, Prematuro Protegido com a vacinação contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR).
Principal responsável por infecções respiratórias e hospitalizações de bebês nascidos com menos de 37 semanas, o VSR ataca as crianças de diferentes maneiras, predominando os diagnósticos com quadro de vias áreas inferiores, como bronquiolite, pneumonias e chiados, segundo Renato Kfouri, neonatologista e presidente da SBim. O risco de complicações por esse vírus é dez vezes maior nos prematuros.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o VSR é responsável por cerca de 64 milhões de infecções e 160 mil mortes anuais em todo o mundo. No Brasil, 60 a 70% das hospitalizações de crianças com menos de 1 anos são por causa desse vírus, de acordo com pesquisas do Hospital Universitário da Universidade de são Paulo.
Para prevenir seu filho da contaminação do VSR, é preciso aplicar, no mínimo, cinco doses da vacina ao longo de cinco meses, em especial durante o período de maior circulação do vírus (entre abril e setembro), até o bebê completar 1 ano.
Para orientar os pais, a campanha da SBim levará a algumas cidades do país um pulmão gigante de 25 metros quadrados. A população poderá visitar o interior do órgão e conhecer quatro estações: pulmão de uma gestação de 36 semanas, pulmão prematuro com menos de 33 semanas, ataque de vírus e imunização/prevenção.
Os pais ainda serão orientados sobre a forma e peridiocidade de imunização contra doenças, como tuberculose, hepatite B, pnuemonia, gripe, poliomelite, diarreia pelo rotavírus e doenças cobertas pela vacina tríplice (tétano, difteria e coqueluche).
Nas crianças maiores, adolescentes e adultos, o VSR causa infecções das vias aéreas superiores, semelhantes a um resfriado comum, conta Kfouri.
Prematuros
No Brasil, 7 em cada 100 bebês nascem antes do período considerado ideal de gestação – entre 37 e 40 semanas. Na década de 90, apenas 60% dessas crianças sobreviviam após o parto. Hoje, porém, a expectativa de vida aumentou e 95% deles conseguem crescer e se desenvolver normalmente.