Pesquisa feita com 34 mil crianças do Reino Unido investigou os benefícios que esse hábito entre as famílias pode trazer

Como é o café da manhã na sua casa? Tanta correria que seu filho só consegue terminar o sanduíche dentro do carro? E na hora do jantar está todo mundo tão cansado que só o que vocês conseguem fazer é se jogar no sofá e comer um macarrão? Ok, a gente sabe que a rotina atualmente é uma loucura, mas talvez seja hora de repensar alguns hábitos.

Uma pesquisa realizada com 34 mil crianças e adolescentes pelo Literacy Trust, uma instituição inglesa dedicada à alfabetização e incentivo à leitura, concluiu que conversar durante as refeições ajuda a criar filhos mais confiantes. Para chegar a esse resultado, as crianças responderam como era o momento das refeições em suas casas e algumas perguntas que indiretamente avaliaram suas habilidades sociais e comunicativas.

O levantamento descobriu que 87% das crianças sentavam com as famílias durante a refeição, mas desse grupo uma em cada quatro não dialogava com os pais ou irmãos. Entre aquelas que sempre comiam com os pais e conversavam durante as refeições, 75% disseram se sentir à vontade para participar de debates na sala de aula. Entre os que não conversavam, esse número caiu para 57%. Quando perguntados sobre como se sentiam ao falar na frente dos amigos na classe, no primeiro grupo 62% disseram se sentir bem, comparado com 47% no segundo. Por meio desses parâmetros, os responsáveis pela pesquisa concluíram que conversar durante as refeições é uma ótima ferramenta para filhos e pais.

“A pesquisa mostra a importância da comunicação em família. A mesa é um local que favorece essa união porque as pessoas precisam ficam sentadas, se olham no olho e o diálogo acontece. Mas essas trocas não devem acontecer só nesses momentos”, diz a terapeuta familiar Teresa Bonumá.

Segundo Teresa, para as famílias que moram em grandes centros urbanos é difícil exigir que façam as três refeições reunidas. A dica é tentar reservar pelo menos uma delas para sentar e comer com calma. Se um dos pais não tem hora para chegar em casa, tente organizar a rotina pela manhã para tomar o café em família. Se as noites são mais tranquilas, comam juntos no jantar. O mais importante é que a refeição seja bem feita e vocês tenham tempo de conversar. Saber como foi o dia, quais as novidades na escola, se ele está gostando das aulas de natação, se tem falado com a avó... “O principal é a interação e que os pais mostrem interesse pela vida dos filhos”, diz Teresa.

Se a rotina da sua família é muito corrida ou se seus filhos ainda são pequenos e fazem as refeições muito mais cedo que o resto da casa, nada de desespero. Apesar de a mesa ser um símbolo forte de união familiar, você pode reinventar os momentos de convivência. Manter esse diálogo enquanto você está parado no trânsito com as crianças no carro, contar histórias antes de dormir e aproveitar todos os minutos do final de semana são alternativas viáveis para as famílias muito atarefadas.

Outra dica importante: não deixe a tecnologia ficar sempre entre vocês. Na hora de comer, desligue a televisão. Checar e-mails no smartphone? Esqueça. Deixe para usar esses acessórios quando estiver sozinho.

O que só a refeição em família faz por você

Tudo bem, no quesito interação você pode compensar fora da mesa. Mas segundo a nutricionista Marisa Resende Coutinho, do Hospital São Camilo (SP), fazer refeições em família é fundamental para a formação do hábito alimentar. “As crianças menores ainda estão aprendendo a comer. Precisamos colocar os alimentos na mesa, fazer com que elas sintam o gosto e percebam o que estão comendo.”

Além disso, observar o que os pais estão comendo estimula a curiosidade da criança. “Os pais são o grande exemplo em relação à alimentação. Não adianta você querer que seu filho coma cenoura se ele nunca viu você fazendo isso”, explica Marisa. A mesma coisa vale para os alimentos que você não quer apresentar ao seu filho: se a ideia é adiar a ingestão de refrigerantes, por exemplo, evite tomar aquela latinha na frente das crianças – elas com certeza vão pedir para experimentar!

A partir dos 6 meses, é hora de introduzir alimentos sólidos na dieta da criança. Por volta dos 10 meses, seu filho já é capaz de ficar sentado, então pode ficar no cadeirão ao lado da mesa. Se já estiver adaptado aos sólidos, não há problema algum em oferecer a mesma comida dos pais, desde que ela seja preparada com pouco tempero. Outra diferença é que os alimentos devem cozinhar um pouco mais para ficarem mais macios e facilitar a ingestão.

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